Investigação apurou que foram inseridos mais de 3,5 mil vínculos empregatícios falsos em pelo menos 55 empresas
A Polícia Federal, o Ministério do Trabalho e a Previdência Social desencadearam, na manhã desta quarta-feira,
uma operação para desarticular uma organização criminosa que fraudava
vínculos empregatícios para obter benefícios de seguro-desemprego e do
INSS.
Um levantamento preliminar constatou um gasto de mais de R$ 1,6
milhão em pagamentos de benefícios previdenciários com suspeita de
fraude. A investigação apurou que foram inseridos mais de 3,5 mil
vínculos empregatícios falsos em pelo menos 55 empresas utilizadas nas
fraudes.
Praticamente em todos os casos houve requerimento de
seguro-desemprego. Esses requerimentos estão concentrados em algumas
agências do Sine do Vale do Sinos e no litoral gaúcho, indicando a
participação dos agentes públicos na fraude.
Batizada de Belo Monte, a operação cumpre sete mandados de prisão
preventiva, 12 de condução coercitiva, 26 de busca e apreensão, quatro
ordens de proibição de frequência ao Sine, duas de suspensão do
exercício da atividade de contabilidade e uma suspensão de exercício de
função pública. O cumprimento das ações ocorre nas cidades de São
Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga, Capela Santana, Campo Bom,
Charqueadas, Xangri-lá, Parobé, Nova Hartz e Portão.
Conforme apuração da Rádio Gaúcha, um dos mandados de condução
coercitiva refere-se ao ex-prefeito de Xangri-lá, Celso Bassani. Ele
seria um dos beneficiários do esquema no município do Litoral Norte.
Participam da ação cem policiais federais e servidores do Ministério
do Trabalho e da Previdência Social. Um casal integrante da organização
foi preso no início do ano por tráfico de drogas com base em informações que surgiram durante as investigações.
A organização contava com a participação de contadores, despachantes
previdenciários, aliciadores e agentes do Sine. Os aliciadores
recrutavam indivíduos dispostos a ceder suas carteiras de trabalho e
cartão cidadão, os contadores inseriam contratos de trabalho retroativos
(normalmente um ano) para essas pessoas em empresas geralmente
inativas, imediatamente faziam a rescisão e requeriam seguro-desemprego.
As quadrilhas faziam apenas o recolhimento do FGTS, que logo em seguida
era sacado em razão de rescisão sem justa causa.
O nome
A Belo Monte partiu de informações obtidas em uma operação anterior,
batizada de Canudos. Realizada em maio, ação ganhou esse nome porque
referência ao fato de que fraudes ocorriam principalmente no bairro
homônimo de Novo Hamburgo.
Como o primeiro município de Canudos, na Bahia, foi rebatizado de Belo Monte por Antônio Conselheiro, a PF adotou o nome para esta nova operação.
Fonte:Jornal Contábil.
Como o primeiro município de Canudos, na Bahia, foi rebatizado de Belo Monte por Antônio Conselheiro, a PF adotou o nome para esta nova operação.
Fonte:Jornal Contábil.
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