No atual momento fiscal
brasileiro, no qual o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) já
é uma realidade e todas as informações fiscais estão interligadas, a
fiscalização está cada vez mais acirrada e as empresas precisam
adequar-se a esta nova realidade para evitar a exposição ao risco
fiscal.
Uma recente pesquisa realizada pela multinacional holandesa Wolters
Kluwer Prosoft, que contemplou 2.124 empresas contábeis em todo Brasil,
64,1% dos escritórios ainda desconsidera a utilização de ferramentas
tecnológicas para evitar a possibilidade de seus clientes caírem na
malha fina do Imposto de Renda. A constatação é um bom exemplo de como o
uso de ferramentas de TI ainda é preterido pelas empresas para a
realização de seus processos junto ao Fisco.
O investimento em tecnologia e inovação tornou-se crucial para
proporcionar credibilidade e precisão aos negócios, melhorando
significativamente a produtividade. Um dos maiores desafios que a
entrega dos arquivos do SPED ao Governo Federal trouxe às empresas foi
exatamente a busca pelas adequações, conformidades e a garantia de que o
processo esteja sendo realizado de forma correta.
Muitos profissionais ainda acreditam que o fato de gerar um arquivo
SPED e validá-lo no programa da Receita Federal já garante que o
documento esteja correto. Entretanto, a Receita não realiza auditorias e
conferência das informações, apenas uma análise para verificação dos
dados necessários para o envio dos arquivos. Assim, validar o arquivo no
PVA não significa que todo o conteúdo esteja correto.
O alto volume de informações exigido pelo Fisco brasileiro pode gerar
equívocos e, consequentemente, pode ser necessária a retificação dos
documentos enviados. Para auxiliar as empresas neste processo, já
existem sistemas baseados em nuvem
que realizam uma auditoria eletrônica, capazes de reportar as
inconsistências destes arquivos por meio de relatórios analíticos,
cruzamentos de informações e análise dos riscos fiscais por tributos.
Desta forma, as empresas garantem que as obrigações auditadas estejam em
total conformidade com a legislação brasileira.
A tecnologia torna-se uma importante aliada à medida que efetua desde
verificações estruturais até complexas análises fiscais, de forma
rápida e eficaz, descartando erros e facilitando o processo de
compilação e envio dos documentos. No caso dos escritórios contábeis, as
ferramentas tecnológicas são ainda mais oportunas, uma vez que permitem
a análise de mais de uma empresa e a utilização por mais de um usuário,
resultando em maior agilidade nas auditorias de múltiplos arquivos.
Além do armazenamento das informações, conforme novos arquivos são
auditados, esses sistemas exibem mês a mês comparativos de evolução dos
tributos e das divergências de cada empresa.
A utilização de softwares não só automatiza o processo como garante à
empresa contribuinte que as obrigações geradas estejam de acordo com a
legislação vigente. Por isso, é preciso desmistificar a utilização da
tecnologia por meio de uma conscientização cultural e procedimental das
empresas. Certamente este é o caminho mais eficiente para que os
contribuintes eliminem a possibilidade de problemas com a fiscalização.
HEVERTON GENTILIM É GERENTE DE PRODUTOS DA WOLTERS KLUWER.
Fonte: Jornal Contábil
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