A Receita Federal estimou que para o ano de 2016 o órgão lançará
cerca de R$ 155,4 bilhões em créditos tributários. Essa arrecadação será
feita por meio de autuações aos contribuintes com indícios de
irregularidades fiscais. O plano do fisco é mirar nos maiores
contribuintes do País, dando prioridade a 9.401 pessoas jurídicas
que juntas representam 61% da arrecadação nacional total. Então, se
você é responsável pela gestão de impostos de uma grande empresa,
prepare-se.
Para um profissional preparado, o investimento em tecnologia fiscal
não é novidade. Segundo a Receita Federal, hoje a entidade tem
assertividade de 92% em suas fiscalizações, cruzando diversos dados para
identificar possíveis maus pagadores. Só no ano de 2015, a receita
lançou R$125,6 bilhões de créditos tributários, sendo a maior fatia no
setor industrial, que representa R$39 bi desse total. Além disso, o
Governo Federal se diz satisfeito com o programa que, no ano passado,
bateu o recorde de escriturações recepcionadas, num total de mais de 24
milhões de arquivos. Se o governo deixou seu sistema à margem da
perfeição, por que o empresariado não investe em “compliance fiscal”?
O investimento nesse caso não é o problema, principalmente para essa
faixa de contribuintes em questão. O investimento em softwares fiscais
existe e a preocupação em se manter dentro da lei também, então, por que
tantas empresas estão na mira do fisco? A resposta é simples. Na
recente cultura do SPED, empresas estão preocupadas em entregar seus
arquivos dentro do prazo, muitas vezes se esquecendo do mais importante:
a qualidade das informações ali prestadas.
Os CFO’s que querem se preparar para esse cenário devem deixar a
cultura do PVA para trás, ou seja, deixar de acreditar que a simples
entrega no Programa Validador e Assinador do governo garante seu
compliance fiscal e aceitar que é melhor estar preparado para se fazer
uma retificação do que correr o risco de ser autuado.
E como auditar milhares de informações no curto espaço de tempo
que uma retificação exige? Outra vez temos que recorrer à tecnologia.
Utilizar um serviço de Auditoria Digital é imprescindível, já que esse
tipo de ferramenta permite que as empresas façam uma análise fiscal
baseada no relatório de inconsistências de arquivos, podendo identificar
erros nos arquivos SPED a serem entregues ou já entregues.
Essa revisão possibilita a esses contribuintes uma regularização
espontânea nos seus arquivos ou por meio de retificação fiscal de
arquivos já entregues. Caso não houvesse o uso da tecnologia,
provavelmente a retificação teria que ser feita por meio manual, ficando
quase impossível o investimento em uma equipe para fazer esse trabalho.
A correção automatizada dos arquivos SPED agiliza as retificações,
garantindo que o contribuinte anule a possibilidade de ocorrer
fiscalizações desnecessárias, por uma ou outra informação que não está
de acordo com as operações praticadas pela empresa, evitando multas que
normalmente giram em torno de 5% do faturamento total da empresa.
*Edino Garcia é especialista tributário da Synchro – http://itforum365.com.br/
Fonte: Jornal Contábil
Nenhum comentário:
Postar um comentário