Segundo o representante do CFC no grupo, Cassius Regis Coelho, o eSocial tem o objetivo de concentrar num único sistema todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias. O GTC busca equacionar possíveis divergências entre as necessidades do projeto e as das empresas antes que estas sejam obrigadas a usá-lo. “Com o GT estamos conseguindo que a informação exigida seja mais simplificada, para que, de fato, facilite a utilização por parte dos profissionais da contabilidade e traga transparência nas informações para o cidadão”, explica. Coelho admite, no entanto, que no primeiro momento haverá aumento na demanda de trabalho na contabilidade das empresas para que os fluxos de informação dentro do processo trabalhista sejam adequados às novas regras.
O coordenador do Grupo de Trabalho eSocial do Ministério do Trabalho e do GTC, José Alberto Maia, ressalta que o comitê já tem grandes conquistas, embora ainda haja muito a ser feito. “Todos que estamos aqui somos defensores do diálogo, e foi esse diálogo que permitiu que conseguíssemos, por exemplo, alterar o cronograma de implantação do projeto, e é esse mesmo espírito que nos levará a implantá-lo”, ressaltou.
Os participantes cobraram um retorno mais ágil por parte do Comitê Gestor do eSocial para as alterações que estão sendo propostas. O representante do Ministério da Previdência Social, Clóvis Belbute Peres, assumiu a dificuldade momentânea do Comitê Gestor do eSocial de responder às demandas no tempo adequado. Os auditores fiscais do trabalho e servidores da Previdência Social estão em greve, o que tem dificultado as respostas. Além disso, um módulo do eSocial, o que rege as relações com os empregados domésticos, deve ser posto em funcionamento já em outubro deste ano, o que está sobrecarregando a equipe do Serpro, responsável pelo desenvolvimento do projeto. Para os demais empregadores, o eSocial entra em vigor a partir de novembro de 2016, começando com as empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões em 2014. As empresas que tiveram faturamento de até R$ 78 milhões em 2014 devem começar a usar o eSocial em janeiro de 2017.
Durante a reunião, foi anunciada a disponibilização de dois novos leiautes do eSocial, o EFD-Reinf, que controla todas as informações sobre retenções de impostos, e o módulo online da Consulta da Qualificação Cadastral. O primeiro será disponibilizado ainda esta semana, e o segundo, na próxima. O módulo online da Consulta da Qualificação Cadastral permitirá que os empregadores chequem se os dados do empregado estão corretos nos bancos de dados do governo. “Com o CPF do empregado, será possível saber se ele tem pendências no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), e isso é importante, porque se os dados não estiverem completamente corretos o sistema não aceita o registro do funcionário”, detalha José Alberto Maia. Caso haja alguma inconformidade, o próprio sistema apontará quais são e informará qual órgão o trabalhador deve procurar para corrigir a falha.
O coordenador do GTC lembrou que o projeto tem três grandes objetivos, que são assegurar mais direitos aos trabalhadores, beneficiar o empresário, reduzindo custos e simplificando processos, e garantir informação de qualidade ao governo.
A próxima reunião do Grupo de Trabalho Confederativo do eSocial ocorrerá no dia 28 de outubro. Na reunião de julho os participantes foram divididos em nove subgrupos, que se dedicarão a cada um dos módulos do eSocial. São eles EFD-Reinf, Qualificação Cadastral, Módulos Web, Segurança e Saúde no Trabalho, Contribuição Sindical Patronal, Ambiente Tecnológico, Processos e Leiaute, Normativos e Comunicação. Esses grupos devem se reunir antes de outubro para levar as dúvidas e as sugestões ao próximo encontro.
Sobre o CFC
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma autarquia federal, dotada de personalidade jurídica de direito público, criada pelo Decreto-Lei nº 9.295/46, de 27 de maio de 1946. O principal objetivo do CFC é registrar, normatizar, fiscalizar, promover a educação continuada e editar normas brasileiras de contabilidade de natureza técnica e profissional. O conselho conta com um representante em cada Estado, e no Distrito Federal, que são indicados pelos Conselhos Regionais de Contabilidade. Atualmente, existem cerca de 500 mil profissionais no País, incluindo contadores e técnicos em contabilidade.
Fonte: Jornal Contábil