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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Dívida em Nível Superior


Estudo Mostra que 46% dos superendividados têm curso superior


Descontrole é a principal razão para o aperto, aponta levantamento

A maioria dos consumidores mais apertados com dívidas é formada por homens (52%) com emprego formal e, quase sempre, de boa escolaridade. Levantamento realizado pelo Procon de São Paulo revelou que 46% dos chamados superendividados têm curso superior e 68% do total trabalham. A renda média de quase metade (48%) dos 658 analisados varia apenas de R$ 1 mil a R$ 2,9 mil.

Segundo o estudo, o descontrole financeiro (41%) e o desemprego (22%) são as principais causas que levam esses cidadãos ao sufoco financeiro. Em seguida, vêm perda de renda (14%) e doença (12%). Especialistas afirmam que muitos servidores públicos também estão entre os campeões de dívidas, devido à sua facilidade de obtenção de crédito.

“Contratei planos de saúde que não poderia pagar. Quando percebi, estava empurrando as contas com a barriga”, lamentou o professor Basílio Santos, de 59 anos. Ele é um dos que se encaixa no perfil traçado, cujos gastos extras acabam por comprometer as despesas da casa. São consumidores que passaram pelo Programa de Apoio ao Superendividado (PAS), do Procon paulista em parceria com o Tribunal de Justiça, inaugurado em 2012.

É considerado superendividado aquele cujo pagamento das dívidas já supera a renda mensal, mesmo que não esteja com o nome sujo, comprometendo o pagamento de contas básicas como água, luz e transporte. A faixa etária de 31 a 40 anos é a que mais procura pelo serviço (26%) e os que têm mais de 70 anos são os que menos procuraram (2%).

O ex-militar Ivan Assis, 32, luta há 10 anos para colocar as contas em dia. Sua saga começou em 2002, pouco depois de ser dispensado do Exército, por não ter diploma universitário. Desse ano em diante, Assis se enrolou com cartão de crédito e só agora está conseguindo quitar. “Sou formado em contabilidade, administro uma garagem e minha situação vai se equilibrar”, suspirou.


Célia Perrone - Correio Braziliense

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